Gente, nem sei por onde começar. Nesses últimos dois dias foi tanta ruína, tanto nome inca que eu nunca vou conseguir decorar que vai ser complicado lembrar de tudo! Mas vamos em partes.
Ontem (tem bastante foto lá pra baixo!)
No meu segundo dia em Cusco, pude sentir mais o efeito da altura. O Bruno, que teve um pouco de dor de cabeça no dia anterior, acordou superbem. Já eu sofri um pouco de manhã e no fim do dia. É uma coisa meio bizarra: parece que o mínimo esforço que você faz com os músculos já te deixar SUPER cansado. Tipo subir dois lances de escada, que é o necessário pra chegar no nosso quarto da pousada. Depois do café da manhã, até perdi o fôlego um pouco pra voltar ao quarto, acredita??
Por causa disso, na parte da manhã eu só fiquei descansando – aka dormindo. hehehe Enquanto isso, o Bruno foi na praça para ver preços de passeios para fazermos à tarde. A moça do serviço de quarto tomou um susto na hora que ela veio limpar de manhã. Como eu tava super enrolada nas cobertas, ela já entrou tirando lixo e tal e de repente vira alguém e fala “Oi”, cara, ela deu um berro e saiu correndo, coitada. hehehe
Bem, depois que o Bruno chegou, fomos almoçar no McDonalds, pra sermos rápidos, já que nosso passeio saía às 14h. Um número 1 (Big Mac) custa 15,50 soles. Um pouco mais barato que no Brasil. Acabando, já fomos para a agência onde ele tinha reservado o passeio de City Tour por Cusco, que tem duração de uma tarde (das 14h às 18h) e passa pelas principais ruínas de Cusco. Custou 15 soles cada um, mas a parte cara fica no “boleto turístico” – algo obrigatório aqui em Cusco. Você paga 130 soles por pessoa para visitar todos os lugares de Cusco. Teoricamente, já que alguns desses lugares ainda cobram um valor além do boleto. É, neguinho, Peru não é barato não!
Frente do Qoricancha – se você reparar dá pra ver vestígios de cada uma das épocas deste templo em sua construção.
A primeira parada do tour foi em Qoricancha, o maior templo dentro de Cusco. Em um mesmo lugar, já existiram três templos: um do século XIII, outro do século XV (Império Inca) e, por último, no século XVII (depois da invasão espanhola). Lá tivemos nosso primeiro contato com a arquitetura inca, que é famosa por sua simetria e simplicidade. E descobrimos que os incas foram os inventores do Lego: em suas construções não era usado cimento e mesmo assim não havia espaço entre as pedras – é que elas se encaixavam umas nas outras, igualzinho o Lego mermo.
Janela de um cômodo dedicado ao arco-íris. Simetria dos incas
Pausa pra um “momento história”: quase tudo o que nós vimos por aqui era maravilhoso antes da invasão espanhola. Tudo era mais bonito, tinha ouro, tinha significados, até que os “conquistadores” vieram pra cá, aproveitaram um momento de fragilidade do Império Inca (tava rolando uma disputa entre dois irmãos pelo reino e havia um monte de povoados se rebelando contra os Incas) e resolveram passar por cima de toda a cultura, tradição, história e conhecimento que havia por aqui. E bota conhecimento nisso! Foram técnicas agrícolas, hidráulicas, de engenharia e de arquitetura das mais variadas que se desenvolveram nessa região aparentemente hostil (entre as montanhas). Desde os povos da era pré-colombiana. O império Inca, na verdade, durou pouco tempo – cerca de 100 anos – o que acontece é que os incas foram dominando os pequenos povos que estavam espalhados em uma área de cerca de 2500 milhas. Até que Pizarro chegou com os dois pés no peito…
[fim da digressão]
Entrada do Sacsayhuaman
Depois da nossa passada rápida pelo templo de Qoricancha (tour em grupo é assim mesmo, tudo na pressa! =/), fomos para outro sítio arqueológico, o Sacsayhuaman (a 3500m de altura).
Vista do Sacsayhuaman. Olhem essas montanhas, minha gente! É lindimais!
Também conhecida como Fortaleza Inca e, como quase todos os sítios arqueológicos daqui, usada como templo. Lá foi o palco do grande massacre entre os Incas e os espanhóis. Triste, né =/// E lá também tem umas pedras gigaaaaantes, de mais de 7 metros de altura. Uma delas também é conhecida como a “pedra de 11 ângulos”.
7,25m de altura e algumas boas toneladas. A pedra, claro!
De lá seguimos para Tambomachay, local onde um dia foi o Templo da Água. Diz que as águas de lá são cheias de bactérias e, portanto, não são potáveis.
A dualidade sempre está presente na cultura inca e está representada nessas duas saídas de água. Mas vai beber um copinho dessa pra você ver…
O triste foi fazer uma subidinha aos 3800m de altura (sem falar na friaca!) com o soroche que eu ainda tava sentindo. Mas na saída foi legal, porque experimentei o choclo cozido, que é uma das centenas de tipos de milho que existem aqui no Peru. É um milhão mesmo, ele foi geneticamente modificado pelos incas. 3 soles e ainda ganhei um queijinho. Bom! (lembra do comercial? EL POCHOCLO!!)
Pukapukara – pfvr que fim de tarde mais lindo!! ❤
Na volta, duas paradas rápidas: Pukapukara (mais ruínas de um antigo templo) e Q’enqo, esse mais zica. Já era de noite e a guia começou a contar umas histórias escabrosas de sacrifícios de mulheres, mumificação… Diz que acontecia tudo lá nesse tal de Q’enqo. Daí lá dentro tem uma caverna (tudo formação natural!) com uma “mesa cerimonial” dentro – era o local onde aconteciam as mumificações. O detalhe é que a pedra dessa mesa é super mais gelada que a do teto. Boo!
Nem vem que não tem…
Como todo tour que se preze, acabamos numa lojinha – com a desculpa que aprenderíamos a diferença entre a lã de alpaca verdadeira da falsa. O velhinho explicou em 5 minutos e depois teve um acontecimento emocionante: uma jovenzinha que estava na loja desmaiou! Coitada, caiu dura e bateu a cabeça numa parede. Rolou a maior gritaria lá dentro. E eu sem saber o que estava acontecendo, achei que era uma brincadeira, sei lá. Depois vi gente com cara de desespero e gritando o nome dela: “SELENE! SELENE!”. Mas ela ficou bem, no final! Será que foi mal de altura?
blablablabla comprem comprem
Bom, findado nosso passeio, fomos jantar num restaurante muito bom que foi indicado pela moça da pousada, o Pacha Papa, com comida típica peruana. Experimentei o famoso ceviche, o tacu tacu e pisco sour, mas vou contar das comidinhas em um post só no final. 🙂 Mas pra resumir: no fim do dia, eu estava MUERTA MUERTITA! Bateu o soroche, sei lá. Só sei que eu mal conseguia ficar de olho aberto no restaurante. O Bruno disse que era pra eu disfarçar que estava com cara de choro. hehehe
Comi tudo & minha colaboração para a campanha #stopthebeautymadness
Por isso nem dei as caras por aqui. Falando em olho fechado, aqui o ar está muuuuuuuito seco! Até mais do que estava no Brasil. E aí, já choveu?
Sobre hoje, vou colocar num outro post. Só posso adiantar que o soroche passou e o dia foi muito especial! =D